A FÁBRICA VIVA
Como todas as manhãs, ao chegar em meu escritório, eu iniciei meu
computador.
"Bom dia Sr. Ortega, a produtividade
da planta continua a melhorar.
O OEE total registrado ontem foi de 85%,
cinco pontos acima da meta do mês. Continuamos a produção das primeiras séries
na linha de produção 15.
Nós já estamos trabalhando a 90% da meta prevista.
Desde que lançamos o último projeto 6sigma
s na linha 6, obtivemos redução sistemática do produto defeituoso,
especificamente turno da tarde ontem tivemos a melhor relação de qualidade da
história.
No entanto, não conseguimos reduzir o
tempo de setup na linha 20. Permita-me incluir esses dois pontos na pauta de
reunião da próxima sexta.
Finalmente, um par de notas: Nasceu a
filha do Gonzalez, gerente de estoque e
as 14:00 h o senhor ira almoçar com o Sr. Alonso.
Tenha um bom dia "
Provavelmente muito mais cedo do que
podemos imaginar situações como descritas acima são muito comuns em nossas
fábricas.
Novos tempos, novos modelos.
Nossas fábricas estão concebidos
para serem elementos ativos muito produtivos,
focada nas tarefas da atividade industrial, incorporando tecnologias
de fabricação avançada e manuseio.
A fim de controlar e analisar o correto funcionamento dos meios que intervém na
produção, definimos indicadores para analisarmos com determinada freqüência
informações que nos permitem tomar decisões e analisar evoluções e tendencias.
No entanto uma fabrica produtiva compõe de
muitas entidades relacionadas entre si, capazes de relacionar ante o estímulo
próprio e estímulos provenientes de outras áreas da fábrica ou do exterior. De
tal forma, o conjunto de pessoas, equipamentos, materiais, processos e outros
elementos que compõe a realidade de cada fábrica, que na prática, são pequenas
partes de um todo, com capacidade de ação autônoma.
Estas entidades elementares podem ter a
capacidade de decidir, comunicar com terceiros, alterar os planos previstos
comparando com indicadores que medem a desempenho e tomam decisões corretas.
Podemos falar, portanto, de um conjunto de
atores, integrantes de um equipamento, cada um dos quais estão trabalhando para
cumprir suas metas baseados em uma série de objetivos locais, mas estreitamente
relacionado com o restante.
Não nos esquecemos que embora esses
elementos tem a capacidade de ação autônoma, o objetivo geral de todos é
atingir a meta estabelecida, ou seja, o plano produtivo..
Portanto, é muito importante implantarmos
indicadores (KPIs) relevantes a partir dos objetivos de melhoria de toda a
fábrica, relacionados com medidas
econômicas mensuráveis para cada uma das entidades existentes para garantir as melhorias no local e de forma
global.
Situação atual. MES ( Manufacturing Execution Systems)
Informatização em plantas industriais
iniciados a fim de automatizar processos e administração burocrática,
estendendo depois para utilitários de planejamento de produção e controle de
almoxarifado. Na última década, vimos a expansão e generalização dos sistemas
de ERP, sendo estranho atualmente encontrar uma empresa que não tem um sistema
deste tipo, seja ele um sistema de prateleira ou desenvolvido, personalizado e
adaptado para as diversas situações das empresas.
Estas aplicações de gestão corporativa
executam bem as funções de gestão adinistrativa, porém no universo de fábrica,
estes apresentam limitações quando para realizar a gestão do chão de fábrica.
Esta situação trouxe o aumento da demanda na implantação de sistemas de captura e gestão de dados da
planta, tipicamente denominados sistemas M.E.S.
( Manufacturing Execution Systems
Trata-se de sistema de gestão
especificamente desenhado para o chão de fábrica, que funcionam complementando
o ERP fornecendo os dados necessários das atividades em tempo real, além disto
dispõe de funcionalidades especificas para analise e tomada de decisões na
planta, permitindo tomar decisões em tempo real acerca da origem do problema. O
objetivo é ter um suporte de informação para cada área chave de decisão da
planta:
- Captura de dados em tempo real, dos
operadores, equipamentos, paradas, quantidades, variáveis, etc. que permitem
realizar a gestão da fábrica com informações em tempo real, com alto grau de
fidelidade.
- Monitorar em tempo real, permitindo ao
usuário conhecer (e visualizar) a situação atual e evolução recente das
instalações produtivas, ordem de produção, operadores e materiais.
- Gestão da Produção, permitindo o
acompanhamento das ordens de produção na planta, assim como analisar as perda
de produtividade.
- Rastreabilidade, garantindo uma visão
compartilhada do processo, produto e componentes.
- Gestão de manutenção para projetar e
otimizar as estratégia de manutenção (corretiva, preventiva, preditivo , pró-ativas,
melhorias, ...), proporcionando funcionalidades avançadas para execução,
analise e melhorias, integrado com a atividade produtiva.
- Planejamento avançado de produção.
- Gestão da qualidade do produto e do processo, identificando perdas, defeitos,
etc.
- Apresentação gráfica de KPIs e painéis,
assim como funcionalidades avançadas de navegação pelas informações da planta,
que apóiam o usuário na tomada de decisões.
Definitivamente, podemos afirmar que os
sistemas MES são um salto importante na forma de gestão da planta industrial.
Unidos a modelos organizacionais e gestão
baseados nos conceitos de Lean Manufacturing, constituem numa ferramenta
muito útil para a identificação sistemática de perdas de valor. Permite a
tomada de decisões baseadas em informações objetivas disponível em tempo real,
alcaçando um alto grau no processo de melhoria continua. Além disto, a
descentralização de tomada de decisões encoraja que cada equipe seja
responsável para atuar em sua área.
Um pouco mais, antes de entrarmos na
evolução dos Sistemas MES.
Estes sistemas de gestão estão baseados em
analises da realidade, a partir de uma série de indicadores que são capazes de
medir o desempenho da planta em um determinado período e comparar essa situação
com outros períodos, com valores objetivos de outras áreas da planta,
permitindo realizar analises evolutiva de identifique tendências.
Podemos definir painéis avançados que nos
apresentem indicadores que facilitem a identificação de áreas de gestão com
problemas fora dos objetivos.
Por tanto estamos considerando um conjunto
de meios e processos envolvidos na produção, como uma série de atores “muito
ativos” do ponto de vista fabril, porém “passivos” do ponto de vista de gestão
e decisão.
Nossos sistemas de informações dispõem de
muitos dados, bem organizados, porém estão concebidos para serem analisados em
determinadas configurações padrão de gestão.
Por que não pensar que nossa própria
planta pode decidir quando é necessária nossa intervenção e chamar nossa
atenção neste momento? Além disto, o que poderíamos sugerir fazer com base no histórico de coleta e uma
séria de regras de decisão?
Evolução de Sistemas MES - A nova
geração
Se revisarmos com certa perspectiva
histórica o modo de atuar dos responsáveis de gestão no âmbito industrial,
encontraremos alguns pontos do atual modelo de gestão de nossas plantas.
O modelo de gestão inicial, corresponde
com aquela planta em que a informação é
registrada em papel ou planilhas (introduzindo itens e dados), pelos
operadores, supervisores, encarregados e gestores das instalações.
Posteriormente uma equipe administrativa é encarregada de verificar a
informação e elaborar indicadores e relatórios das aplicações industriais
produtivas para apresentação das informações.
Em uma segunda fase substituem as
aplicações manuais por sistemas de gestão de base de dados, com os quais
armazenam as informações procedentes das áreas industriais, com freqüência
determinada, o pessoal administrativo da planta registra as informações de trabalho dos operadores
permitindo uma maior flexibilidade na elaboração dos indicadores e relatórios, a
partir da exploração da base de dados.
Com os atuais sistemas MES, a informação
recolhida diretamente da planta é armazenada e processada de forma que os indicadores e relatórios de
gestão são disponibilizados de forma imediata.
Apesar de diferenças tecnológicas
significativas entre os sistemas utilizados nos casos anteriores, sempre seguiu
um padrão semelhante às informações produzidas, gravadas e
analisadas a demanda do usuário.
A nova geração de Sistemas MES (Gestão de Plantas)
Na atualidade estamos vivendo uma
autentica revolução no modelo de competitividade de nossas indústrias, a
pressão é muito intensa, vem de qualquer parte do mundo, modelos padrões são
alterados rapidamente e não atendo esta velocidade perdemos a competitividade
e podemos ficar fora do mercado.
Os recursos existentes na planta
encarregados de tomar decisões devem aumentar drasticamente sua contribuição,
concentrando sua atenção as tarefas de alto grau de relevância que agregue
valor desconsiderando outro tipo de trabalho(elaboração e desenvolvimento de
indicadores e relatórios) que devem ser automatizados por meio dos sistemas de
informação.
Além disto, estas decisões devem ser
tomadas com relação à origem do problema, levando em conta os que afetam não só
a realidade da planta, mas também fornecedores e clientes (SCM, Suply Chain
Management), relacionados de maneira mais intensa, onde concentrasse o maior
valor agregado produtivo.
Nesse ambiente, a nova
geração do MES deve ser
configurada como um aliado chave na gestão da
planta e incorporar módulos avançados de
gerenciamento de eventos que permitem decisões nas
plantas ocorram de forma assíncrona, somente
quando necessário e com as informações reais e confiáveis.
Eventos e indicadores:
O usuário pode definir indicares e
variáveis relacionadas com ações de causa-efeito, eles também podem definir os
critérios e disparos de alarmes com relação as circunstancias registradas
(tempo, refugo, produção, velocidade, etc.)
Eventrack©: Poderoso motor de evento que
permite a detecção de situações exigem a intervenção. Estas situações podem
ser causadas por uma variável que excede um determinado valor (por
exemplo, maquina 30 min parada por falta de matéria
prima ...) ou o resultado da análise da uma variável de
período de tempo que exige a atenção do usuário (por
exemplo: Temos obtido o melhor OEE últimos seis meses,
aumenta o nível de parada, fazem de dois meses não
executamos preventivas).
Ao disparar o evento, ele é distribuido inmediatamente através da organização (lista de mesagens), juntamente com informações reais sobre as principais variáveis registradas quando o evento ocorre e um histórico de casos semelhantes no passado, e as soluções adotadas.
Gestão do
Conhecimento:
Entendemos que o indicador positivo ou negativo é o efeito das ações de uma série de variáveis na
origem, que por sua vez, funcionam como uma
causa. Ao fornecer informações rastreáveis e
ligados à actividade da planta (produção, paradass,
refugos, retrabalho, acidentes, etc.). Os registros de eventos produzidos
perante situações que merecem nossa analise e do valor de determinadas
variaveis registradas no momento dos fatos, estamos numa otima sistuação para
analisar com profundidade as relaçoes de causa-efeito que ocorreram em nossa fábrica.
Além disto registramos as acções que executamos em cada uma das situações
analisadas, podemos entender quais delas tiveram aspectos positivos e quais não
tiveram.
Outro importante elemento dentro da gestão
do conhecimento é a analise de extremos. Analisar as melhores e piores
variáveis que ocorreram em uma determinada situação, produzindo um indicador
para entende o porque das variações
O novo modelo de gestão: A fábrica viva.
Não podemos mais utilizar os modelos
em que os sistemas de chão de fábrica fornecem-nos apenas informações sobre a
situação de nossas fábrica, estes não nos auxiliará em decisões assertivas.
É possível dar outro passo e avançar
decisivamente na forma de gerir nossa fábrica. Nosso sistema MES deve
ser constantemente ferramenta de alerta, avisando-nos de
situações que exigem nossa atenção e nos fornecer as
informações necessárias para decidir sabiamente.
Portanto, devemos evoluir de um sistema de suporte de
informação a um ferramenta pró-ativa que nos
impulsiona e nos ajude a tomar decisões.
A recompensa não é menos tentadora: um
aumento significativo da competitividade, permitindo-nos levar a
nossa indústria a liderança do setor.